terça-feira, 15 de abril de 2008

Esse vídeo foi produzido pela equipe de comunicação do 4º Enuds. A gente continua achando que é isso!!

Vídeo Beijaço

Vídeo produzido para divulgação do 4 º Enuds. Nossa amiga Kênia, agora causando em Campinas, foi quem filmou!!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Carta ao 6º Coneufes

▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ A nossa vontade de concretude

▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ ▪ Carta do Plur@l para o 6º Coneufes

O Plur@l – Grupo de Diversidade Sexual vem, por meio desta, justificar a sua não participação no 6º Congresso dos Estudantes da Ufes (Coneufes). Reconhecemos a importância desse espaço para a formulação de uma política estudantil democrática e sintonizada com as reais vontades das e dos estudantes, além ser um momento adequado para avaliar os rumos da política universitária, especialmente da Ufes. Porém, em virtude da nossa agenda, esta é a 2ª edição consecutiva do Coneufes na qual não estaremos presentes.

Atualmente, além das atividades de estudo, o grupo participa do processo de construção das Conferências de Políticas para Gueis, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT), integrando a comissão estadual para a 1ª Conferência GLBT do Espírito Santo e, ainda, constrói, junto com a Assembléia Legislativa do estado e a Ages – Associação de Gays do Estado do Espírito Santo, uma Audiência Pública Estadual que discuta os direitos humanos de GLBT. No âmbito da própria Ufes, desde o final do ano passado, estamos coordenando o processo de implantação do Núcleo de Referência em Gênero e Diversidade Sexual da Ufes (Nurgeds). Nacionalmente, colaboramos com a construção e a mobilização para o 6º Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual (Enuds), previsto para acontecer em outubro desse ano, na cidade de Belém-PA.

Por reconhecermos o Coneufes como um momento propício à revisão da pauta das organizações estudantis da Ufes, queremos, além de justificar a nossa ausência, garantir que as temáticas do gênero e da diversidade sexual façam parte das discussões desse evento. Entendemos que, mais do que aprovar posicionamentos, o Congresso também serve para que a entidade estudantil representativa máxima da universidade seja avaliada e preste contas das suas atividades.

No que toca ao tema do gênero e da diversidade sexual, consideramos pouco significativo o trabalho desenvolvido até aqui pelo Diretório Central dos Estudantes - DCE. Fazemos essa afirmação com base nas resoluções aprovadas no último Congresso, realizado em novembro de 2006, e listadas abaixo:

“47 – Reconhecer o Enuds como espaço legítimo do movimento estudantil nacional para a fomentação, troca de experiências e promoção de idéias pela luta contra a discriminação à livre expressão sexual ocorrida nas universidades brasileiras;

48 – Criação de seminários e espaços de formação sobre diversidade sexual em conjunto com o Grupo Plural (sic);

49 – Pela criminalização da homofobia. Não à violência contra homossexuais e transexuais, seja no âmbito da palavra ou da força física;

51 – Defesa de uma maior produção acadêmica acerca (sic) das questões de gênero, diversidade sexual e igualdade social em todas as áreas de conhecimento;

52 – Realizar debates sobre a descriminalização do aborto;

54 – Que o DCE participe das atividades promovidas pelo Fórum de Mulheres do ES;

55 – Contra a mercantilização do corpo feminino pela mídia;

56 – Não à violência contra a mulher;

57 – Pela criação de um grupo de estudo e trabalho no DCE que discuta as questões pertinentes às relações de gênero;

58 – Que todos os documentos produzidos pelo DCE e pelo movimento estudantil ocorra a diferenciação lingüística de gênero;”

Queremos ressaltar que o Diretório sempre esteve aberto ao diálogo e às nossas proposições. Desde a criação do grupo, em 2004, o DCE tem apoiado e legitimado as nossas ações. Por isso, avaliamos que o entrave na efetivação dessas diretrizes/posicionamentos (resol. nº 47, 49, 51, 55 e 56) e ações (resol. nº 48, 52, 54, 57 e 58) não se deve à existência de possíveis divergências político-ideológicas.

Provavelmente boa parte das resoluções listadas acima será repetida no Congresso atual. Precisamos ir além disso: o que queremos é uma política concreta e visível – se possível mensurável! Na semana de calourada do semestre letivo atual, ações nesse sentido começaram a acontecer: em parceria com o DCE realizamos uma mostra de vídeos seguida de debate. Apesar da ínfima mobilização para esses espaços, já consideramos um avanço a sua execução.

O Plur@l pode estar enganado quanto à compreensão de que o Diretório não foi eficaz no cumprimento dessas deliberações e por isso, mais uma vez, o Coneufes se mostra como espaço adequado para desfazer esse possível equívoco junto à comunidade estudantil. Também aproveitamos o momento para solicitar do DCE uma resposta formal quanto a nossa solicitação de espaço para instalação do Plur@l nas dependências do Diretório, pedido feito no final de 2007.

Entendemos que a Universidade ocupa posição estratégica na formação de uma consciência crítica da sociedade a respeito das questões dos significados do gênero e da diversidade sexual, cabendo ao DCE e às lideranças estudantis promoverem uma vivência estudantil que rompa com valores preconceituosos e violentos. Nessa perspectiva, nos colocamos enquanto parceiros e manifestamos a nossa disposição para discutir e planejar políticas relacionadas a essa temática, a fim de que, enfim, possamos vivenciar a concretude da nossa vontade!!!

Um bom Coneufes a todas e todos!

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quarta-feira, 2 de abril de 2008

Matéria Mix Brasil

Matéria com entrevista de várias figurinhas conhecidas e com grupos que nem existem mais. Agora quanto a fala do Luiz de que surgimos dentro do DCE, certamente foi erro de apuração do réporter (outro conhecido nosso!!!). Tampouco nos limitamos a classificação de "grupo gay", mas sabemos bem dos limites jornalísticos.

Uni-Pró
20 Universidades de todo o país já abrigam grupos gays

10/12/200

Por Beto Sato e Ferdinando Martins
Fotos: Arquivo Mix

Para muitos gays e lésbicas, o período universitário é o mais adequado para sair do armário. Mais adultos e independentes, afastados do jugo familiar, os estudantes encontram momento propício para sair do armário. Há cerca de uma década, grupos organizados começaram a surgir dentro das próprias universidades para constituir-se tanto como espaço de sociabilidade quanto de luta de direitos, dentro e fora do ambiente acadêmico. Antes disso, a militância gay e lésbica nesse ambiente era mal carregada no bojo dos movimentos de esquerda que proliferavam nos campi como forma de resistência à ditadura militar. No entanto, nem sempre a esquerda brasileira sabe lidar com a homossexualidade.

Hoje, depois da visibilidade ganha com a Aids e as paradas GLBT em todo o mundo, foi possível que estudantes universitários gays se organizassem para combater o preconceito e a homofobia dentro do próprio ambiente escolar. O recente caso do casal lésbico ter sido constrangido por uma policial na USP Leste mostra a importância desses grupos. Foi o Diretório Central dos Estudantes da USP que organizou beijaço e manisfestações de apoio às meninas que mobilizou inclusive parte dos estudantes simpatizantes da Universidade.

Um dos primeiros grupos que se tem notícias foi o Caehusp - Centro Acadêmico de Estudos Homoeróticos da USP. Formado por iniciativa do estudante de Letras Elias Lilikã, o Caehusp reunia alunos de diversas unidades e promovia reuniões e eventos sobre homossexualidade e cultura, além de publicar um jornal próprio. O ex-aluno da Faculdade de Direito do Largo São Francisco Daniel, lembra que o grupo foi importante para sua saída do armário. "Eu morava no CRUSP (residência estudantil da USP) e já tinha até relacionamentos gays, mas preferia dizer que era hétero. As pessoas ficavam convencidas porque sempre fui muito sério. No entanto, isso incomodava Fernando, meu namorado. Foi ele quem me levou para reuniões na casa do Elias, que também era morador do Crusp. Foi ali que comecei a ter mais confiança para assumir publicamente".

O Caehusp funcionou no início dos anos 90, quando a homossexualidade começava a ganhar mais visibilidade no Brasil. Hoje, a USP conta com outro grupo, institucionalizado dentro do próprio Diretório Central dos Estudantes. O Prisma, como é chamado, existe desde agosto de 2002 e se define como Grupo Permanente de Trabalho do DCE. Isso significa, segundo Rick Ferreira (foto), seu atual coordenador, que não importa qual chapa ocupe a executiva do diretório, o grupo irá permanecer.

O Prisma, aos poucos, vou ganhando legitimidade no interior da USP e, hoje, segundo Ferreira, a atual reitora, Suely Vilela, pretende instituir grupo de trabalho sobre a diversidade sexual. "As resistências que enfrentamos vêm dos estudantes. Muitos deles não se envolvem. Não queremos ser uma ONG GLBT dentro da universidade, mas consideramos importante que o corpo acadêmico - professores, alunos e funcionários, se envolvam na discussão".

A fala de Rick evidencia que as mudança estão se processando. O quadro é muito diferente do que havia há alguns anos, no entanto muito trabalho ainda precisa ser feito. Foi por isso que, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da própria USP, o estudante Felipe Tonelli, junto com amigos, fundou a chapa Purpurina, para concorrer às eleições do Centro Acadêmico. "Quando começamos, muita gente não levou a sério. Os colegas só cairam na real no dia do debate entre as chapas". A chapa [Purpurina], foi criticada por parte dos alunos. "Foi muito interessante pois serviu para todos enxergarem que existe a diversidade aqui dentro da São Francisco também".

Segundo ele, há muito preconceito ainda. "No começo, escutei coisas do tipo "esse assunto você não precisa compartilhar, pode te prejudicar na carreira", além de ouvir piadas pelas costas. Ele lembra que alguns alunos, ao ver o cartaz do Purpurina, exclamavam "Até isso vai ter aqui!"

Ele afirma que as coisas mudaram. "A homoafetividade não era explícita
, mas hoje já é possivel identificar alguns casais - mesmo que ainda impere a postura de ter uma imagem menos polêmica possível", declara. No último dia 24 de novembro, até uma festa gay ocorreu no centro acadêmico.

As dimensões assumidas pelos grupos gays dentro das universidades têm adquirido uma grande proporção a ponto de já terem sido organizados três encontros. O Enuds, Encontro Nacional Universitário sobre a Diversidade Sexual, foi realizado em novembro na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, no Rio de Janeiro. Em todo o país, há cerca de 20 grupos organizados dentros das universidades, alguns vinculados aos centros acadêmicos e diretórios estudantis e outros independentes.

Além disso, grupos formados para combater e discutir temas como opressão e direitos humanos acabam incorporando a temática da diversidade sexual, como é o caso Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação, Enecos, e do Diretório Central de Estudantes da Universidade Federal Paulista, Unifesp.

Os dilemas enfrentados pelos grupos são vários. Além do preconceito de outros estudantes e da falta de participação de homossexuais que preferem o anonimato, algumas questões políticas se impõem. Por exemplo, participantes do último Enuds ficaram constrangidos com a tentativa de dominação do encontro por determinado partido político, que incentivava os gays e lésbicas a se engajarem em movimentos contra a Alca e o governo Lula. Felizmente, o partidários não obtiveram sucesso em sua tentativa de desviar o Enuds para outros tipos de discussão. Também incomoda os militantes o fato dos transgêneros ficarem de fora. Na USP, há dois estudantes trans, mas que preferem ficar alheios ao movimento.

O âmbito dos grupos pode também ultrapassar os muros das universidades. É esse o caso do Plural, que surgiu na Universidade Federal do Espírito Santo. Segundo Luís Cláudio Kleain, outras pessoas de fora do campi passaram a fazer parte das discussões. "Surgimos dentro do DCE, em um núcleo que discutia gênero e sexualidade. Hoje, ainda estamos alocados na UFES, mas a demanda de outras pessoas, especialmente em um estado com pouca militância GLBT como o Espírito Santo, fez com que ampliássemos a participação para pessoas de fora".

A tendência, felizmente, é que esses grupos proliferem em outras universidades. No Mackenzie, tradicional instituição de São Paulo, ainda não há grupos gays formados, mas recente publicação do jornal dos estudantes da Faculdade de Comunicação e Artes enfatizou que os homossexuais começam ganhar voz por lá. A publicação afirma que é como se não existissem gays no campus, mas o cenário parece estar mudando.

Disponível em: http://mixbrasil.uol.com.br/pride/pride2005/militantes_universitario/militantes_pro.shtm